sexta-feira, 2 de julho de 2010

Estâncias

Posto agora uma das poucas poesias minhas em versos brancos, estilo que quase já não mais escrevo. Publicado em Ecos da Alma, da Andross Editora.

ESTÂNCIAS - Por Cardoso Tardelli
Quando, na palidez de uma tarde,
Aproximas a face bela,
Faço dos meus olhos a minha mão;
Não te toco,
Eu sonho.

Quando escuto a tua voz divina
Romper os sineiros fúnebres do meu coração,
Não ouso sequer interromper-te
Por um suspirar;
Eu sonho.

Quando me fitas com teus olhos
Cor de relva,
Minh'alma ensaia um brilhar
E meu coração um pulsar:
Eu sonho.

E quando anjos murmuram no meu ouvido:
- Para que esperanças sonhadoras,
Se delas só tiras lágrimas dos teus olhos?
- Pois eu choro de esperança - Digo a eles -,
Eu sonho.

Quando o sol se deita no horizonte
E o anjo se deita em seu leito abençoado,
Penso nos teus olhos cor de relva;
E num fechar de olhos,
Eu sonho.

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